O Suprimento Invisível

É normal pensar que nosso Suprimento emocional, de proteção, de materiais, venha de uma fonte externa a nós.  Quem de nós já percebeu a relação direta entre Deus e o Suprimento?

Nos meus primeiros anos de trabalho, o sucesso me veio rapidamente e com ele a prosperidade.  Então, mudei-me para outra cidade e arquei com maiores despesas.  Aparentemente, eu cometera um grande erro, pois embora continuasse a ser bem-sucedido no trabalho de cura, fracassava em demonstrar o suprimento.  Passei a enfrentar grandes dificuldades para sustentar minha família com uma renda insuficiente. Fazia um bom trabalho de cura, empenhando-me nessa tarefa dia e noite, e no entanto o retorno não bastava para sustentar a família e nem a mim mesmo.  Isso era intrigante porque eu já trabalhava havia dois anos e tinha provado, sem sombra de dúvidas, que não apenas ocorriam curas, mas também que outras pessoas descobriam o Suprimento.  E, apesar de tudo, persistia o meu problema pessoal … que um belo dia se agravou.
 
Talvez eu não precisasse comer,  beber e vestir-me;  mas era necessário , pelo bem dos que acreditavam no meu conhecimento, que eu soubesse como aplicá-lo, por que aplicá-lo, quando aplicá-lo.  Só descansei ao obter as respostas.
 
Um dia, enquanto caminhava, ocorreu-me que, se realmente conhecesse Deus, eu não enfrentaria um problema tão grande.  Eu acreditava piamente no versículo bíblico que diz: “Nunca vi um homem honesto mendigando pão.” O erro não podia ser de Deus ou da Verdade;  logo, tinha que ser meu.  Evidentemente, eu não era honesto naquele sentido;  evidentemente, eu não tinha a ideia correta do Suprimento.  Então, algo estava errado.
 
full length of man sitting outdoors

Foto por Pixabay em Pexels.com

A consequência era óbvia: minha falta de compreensão de Deus provocara a situação.  À primeira vista, parece impossível que uma pessoa ativamente empenhada no trabalho espiritual, capaz de promover curas reais, possa não conhecer Deus ainda, nem mesmo compreendê-lo corretamente.  Mas pensei: “Deve ser isso mesmo.  As Escrituras estão certas.  A falta é inteiramente minha.  Sem dúvida, não conheço Deus.” Queria pôr isso à prova, ver se conhecia Deus ou não.
 
Perguntei a mim mesmo:  “O que é Deus?”  
Comecei a dar todas as respostas que provavelmente ocorrerão ao leitor (se o mesmo fizer isto).  Entretanto, percebi logo que as respostas não poderiam ser a Verdade porque não eram do meu próprio conhecimento.  Eu estava apenas recitando:  
“Deus é amor” (foi João que disse isso;  eu não conhecia isso);
“Deus é a lei” (suponho que Moisés disse isso, mas eu não conhecia isso).
A senhora Eddy afirmou:  “Deus é princípio”– porém eu não conhecia isso.
Concluí que estas coisas que eu sabia a respeito de Deus não correspondiam a um conhecimento real de Deus, eram meras citações sobre Ele, algo que os outros disseram, e não eu, sabiam a propósito de Deus.  Eu só conhecia citações, não conhecia Deus.
 
Ora, conhecer frases verdadeiras sobre Deus e conhecer o próprio Deus são coisas bem diferentes. 
Refleti então no que é Deus e no que eu sabia a Seu respeito.  Nenhuma resposta venho.  Comecei, pois, a pensar no estado humano, no que é o estado de ser humano, no que eu sou.  Constatei que Deus é o Eu do meu ser, o Eu sou – não o meu estado humano de ser, não a minha mente, poder ou compreensão pessoal, mas o Eu sou de mim, o meu próprio Eu ou identidade espiritual.
 
Deus constitui o Eu que eu sou.  Deus é o Eu que eu sou.  Deus é a própria vida, a verdadeira alma, a mente, a consciência das pessoas.  A ser assim, então tudo o que Deus possui é parte de cada ser humano.  Tudo o que o Pai tem é meu.  A mente de Deus é a mente humana.  A alma de Deus é a alma humana.  O espírito de Deus é o espírito humano.  O Suprimento de Deus é o suprimento humano.  O amor de Deus é o amor humano.  Por quê? 
Porque eu o Pai somos um só e tudo o que o Pai possui é meu.
Essa unicidade constitui a infinidade do nosso ser.  Em nós e por nós mesmos nada seríamos.  Mas como Deus constitui o nosso verdadeiro ser, como Deus é o Pai do nosso verdadeiro ser, Ele estabeleceu em nós a plenitude da Sua sabedoria, a plenitude do seu amor, a plenitude da Sua vida e a plenitude do Seu suprimento.  “Do Senhor é a terra e a sua plenitude” (Salmo 24:1),  e “Filho, todas as minhas coisas são tuas” (Lucas, 15:31).
 
Sobreveio a constatação de que, se a Totalidade constitui o ser individual, o bem não nos chega de fora, mas deve ser buscado dentro de nós.  Isso mudou imediatamente a minha compreensão e a minha vida.
 
Como se sabe, Deus tem como atender às nossas necessidades em todas as circunstâncias.  Logo depois me peguei com os olhos em um poema de Robert Browning, no qual ele afirma que não devemos tentar abrir uma entrada para que o bem de fora nos alcance, mas antes rasgar uma saída para que o esplendor encerrado dentro de nós possa escapar.  Em outras palavras, todo o bem, toda a eternidade e imortalidade, toda a divindade, toda a atividade da consciência Cristo, toda a espiritualidade estão incorporados em nós – mas temos de abrir uma brecha para que o esplendor armazenado em nós possa jorrar.
O milagre ocorre quando percebemos que esse esplendor de Deus, esse amor infinito, essa vida sem fim, essa sabedoria divina, essa Graça espiritual e o Consolador já se encontram dentro de nós.  Dentro de nós já se encontra esse fulgor de Deus que multiplica pães e peixes, que cura os enfermos e prega o Evangelho aos pobres, que abre os olhos aos cegos.  Não mais lançamos o olhar para as pessoas lá fora.
 
A esposa perde imediatamente o sentimento de dependência com relação ao amado;  o empresário perde imediatamente o sentimento de dependência com relação ao cargo, aos investimentos ou aos negócios.  Logramos compreender que, embora o Suprimento possa vir por esses canais, a fonte dele está dentro de nós.  Graças a essa compreensão, novas e melhores sendas se abrem.  Se uma delas se fecha, temos a certeza de que outras se abrirão de acordo com a necessidade.
 
Suprimento é o Espírito – e está dentro de nós.  Não é visível e nunca será.  Ele Escapa ao olhar humano;  não sentimos Ele com nossos dedos humanos;  jamais o ouvimos ou degustamos.  O que vislumbramos no mundo exterior são as formas que o Suprimento assume.  Externamente, o Suprimento assume a forma de dinheiro, de alimento, de vestuário, de moradia, de transporte, de capital empresarial, etc.  Nosso discernimento espiritual nos confirmará essa verdade.  Mais tarde, teremos a prova disso – não porque conseguiremos ver o suprimento, mas porque seremos capazes de reconhecer as formas que Ele assume. 
 
O suprimento é infinito e onipresente, onde quer que estejamos.  Como Moisés, podemos compreender que não precisamos viver do maná de ontem, nem estocar o de hoje para amanhã:  O Suprimento é inesgotável.
Joel.
Trecho do Livro: O Suprimento Invisível


Categorias:Ensinamentos Joel S. Goldsmith

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