O PROFUNDO POÇO DO SEU SER (5/6)

Cartas do Caminho Infinito – Setembro de 1955 – Um estudante

Oração Eficaz – (Um estudante)

        Somente aqueles que experimentam um profundo contato ou realização espiritual interior podem orar efetivamente. Isto pode, a princípio, parecer chocante para aqueles que foram educados nos antigos ensinamentos de que devemos nos voltar para Deus, orar a Deus, pedir, suplicar a Deus por isto, aquilo e aquilo outro. Contudo, quando meditamos e ponderamos sobre este assunto de oração eficaz, descobrimos que, se não recebemos o que oramos, oramos errados. Certamente estamos todos bem familiarizados com o tipo de oração que está “rezando mal”.

        Em As Cartas do Caminho Infinito, de 1954, encontramos esta citação:

“Orar é um desdobramento espontâneo da Verdade dentro de nosso próprio ser. A oração é uma revelação espontânea de Deus em ação. A oração é o nosso grau de receptividade à verdade. A oração é a avenida aberta dentro de nós para receber o Amor, a Vida, a Verdade e a Sabedoria de Deus. ”

        “A oração, então, é o fluxo espontâneo do Pai para a nossa consciência exterior. A oração é o reconhecimento da natureza de Deus como realização. A oração é a realização de nossa inseparabilidade de Deus. “Eu e meu pai somos um”, é o relacionamento estabelecido no começo. Unicidade com Deus é o estado divino do nosso ser, mas somente a oração pode revelá-lo.”

Através de diferentes estados e estágios de desenvolvimento nos foram ensinados vários conceitos sobre a natureza de Deus e a natureza da oração, mas de repente chegamos a um certo ponto em nossa experiência em que percebemos que não bastará mais nenhum desses conceitos. Ficamos cara a cara com a percepção de que nada nos foi dado sobre a natureza de Deus ou sobre a natureza da oração que tenha algum valor, seja qual for, neste momento particular; e é então que devemos começar a despir os séculos de falsas crenças e ideias que se acumularam em nossa consciência ao sermos submetidos aos conceitos do mundo a respeito desses dois grandes pontos.

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Foto por rawpixel.com em Pexels.com

        Ninguém pode nos dizer algo sobre a natureza de Deus ou a natureza da oração. Percebemos que não importa o que sabíamos ontem ou esta manhã – de fato, se a percepção que tivemos nesses momentos literalmente ressuscitar os mortos, agora devemos ser renovados. Neste momento, devemos chegar a uma compreensão mais profunda da natureza de Deus e da natureza da oração, e à medida que entramos em nossa consciência, percebemos que devemos abandonar qualquer ideia de que existe um Deus a quem possamos orar; que exista qualquer Deus que possa ser persuadido, adulterado ou influenciado a produzir qualquer desejo pessoal ou efeito desejado.

        Devemos considerar cuidadosamente todos os diferentes conceitos que nos pressionaram. É verdade que em certos estágios de nosso desenvolvimento fomos ensinados a orar por coisas, por ideias e depois por realização espiritual, e não havia nada errado com aquelas orações naquele momento específico. Mas agora, hoje, neste mesmo momento, na eternidade, nenhuma das velhas idéias ou conceitos tem qualquer proveito, e eles devem ser eliminados e expulsos de nós. À medida que nos voltamos para a quietude e em silêncio, com uma total falta de antigas crenças conceituais e velhas ideias, começamos a perceber, mesmo em pequena escala, o fato de que existe um Deus que está mais perto do que respirar, mais perto que mãos e pés; e que vivemos e nos movemos e temos nosso ser naquele Espírito Infinito e Invisível. Tornamo-nos conscientes disso no momento em que nenhuma ideia ou conceito antigo, nenhum desejo ou objetivo interfere na escuta que está acontecendo dentro de nós.

À medida que nos sentamos neste silêncio, ouvindo, atentos, esperando que a Palavra de Deus se eleve em nós, encontramos uma nova dimensão que entra em nossa experiência em relação a Deus, a natureza de Deus e a natureza da oração. Certamente esta experiência é a oração em um sentido que é mais real, mais definido do que qualquer outro que conhecemos. Certamente, neste momento, estamos desenvolvendo em maior grau aquele ouvido interior que é a realidade da comunhão. E assim, nesta quietude, nesta falta de esforço mental e físico, neste momento de tranquilidade, de deixar ir, de relaxar, chegamos a esse ponto no centro de nosso ser, e fazemos contato com o Infinito Invisível que está dentro de nós. . É então que ocorre uma transformação, seja ela grande ou pequena aos nossos olhos, e onde outrora existia conceito, conceito errôneo, agora existe, em algum grau, conhecimento da realidade – conhecimento sereno, confiante e sereno na realização de a natureza, a atividade, a essência e o ser daquilo que chamamos de Deus, neste momento de contato, em alguma medida, realmente, experimentamos Deus, e é essa experiência e somente isso que constitui uma oração eficaz.

        Somente nas profundezas de um contato interior, dentro da consciência de um indivíduo que tenha sido suficientemente sintonizado com esse Infinito, pode-se chegar a uma oração eficaz. Somente no grau em que nós, como consciência individual, nos perdemos e nos tornamos UM na percepção consciente do Infinito Invisível dentro de nós, somos capazes espiritualmente de transcender, de ver através das coisas em nossa experiência. Não existe outro tipo de oração eficaz como a conhecemos. A razão pela qual as orações de santos, sábios e praticantes parecem mais eficazes do que as nossas é que eles, através da Graça, e de um processo de desenvolvimento interior, chegaram a um estado de consciência espiritual que permite contato constante e contínuo, uma comunhão ou união com o Pai dentro.

Este é o teste da nossa oração: se fizermos o nosso contato interior, se ganharmos o nosso “clique”, se preenchermos o calor gentil interior, sabemos que temos experimentado uma oração eficaz. Sempre que esse contato interno não é feito, nossa oração está no reino, se a carta da Verdade, em vez de no reino, se o Espírito da Verdade, e não produz fruto de uma natureza espiritual. Mais uma vez cito as Cartas do Caminho Infinito de 1954: “Quando ouvimos a voz mansa e delicada de Deus, quando recebemos a transmissão interior ou o sentimento da Presença de Deus, estamos recebendo o benefício da oração, e qualquer que seja A Forma necessária de demonstração terá lugar na nossa experiência. ”

Um estudante

Fim 5/6 Cartas do Caminho Infinito – Setembro de 1955 

 



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