Para nos libertarmos das limitações do sentido humano, devemos compreender a natureza de Deus. Deus não é um poder sobre o mal, e nós não temos poder sobre o mal. Acreditar que Deus é um poder sobre o mal é acreditar que o mal existe, e então devemos acreditar que Deus é a causa e o criador dele ou devemos aceitar outra causa e criador, e a aceitação de qualquer outra causa ou o criador elimina a Onipotência, a Onisciência e a Onipresença.

Devemos ter apenas um Criador, e Aquele sem capacidade para o pecado ou qualquer mal. Então não precisamos de poder sobre o pecado, a doença ou a morte, porque estes não existem em Deus, e se não existem em Deus, não existem. Eles podem existir apenas como crenças na consciência humana que acredita em dois poderes, até acredita que Deus tem dentro de si mesmo dois poderes: o poder de recompensar e o poder de punir, o poder de dar e o poder de reter.

Como “finitizamos” Deus! Como limitamos Deus! Como consideramos Deus apenas uma edição maior dos mortais quando fazemos Dele algo que tem o poder de dar ou reter a luz do sol, algo que tem o poder de dar ou reter colheitas! Tal crença coloca Deus na mesma categoria dos mortais. Deus não é nada disso. Deus não pode dar a luz do sol, e Deus não pode reter a luz do sol. Deus não pode nos dar a vida, e Deus não pode nos dar a morte. Deus é a vida eterna, e Sua vida é a vida do nosso ser. Ele não a dá: Ele É isso.

Deus não nos dá pureza. Deus é nossa Alma, e a Alma de Deus sendo pura, nossa Alma é pura. Deus não nos dá sabedoria. Deus é sabedoria, mas sendo infinito, Deus é nossa sabedoria. Não há doação e não há retenção. Existe apenas “Sendo”. Se houvesse uma vida de Deus e nossa vida, a vida de Deus poderia ser imortal e a nossa mortal; mas se Deus é infinito, Deus é vida infinita, e isso significa sua vida e minha vida.

Não Há Deus no Mal

Conhecê-lo corretamente é a vida eterna, e à medida que começamos a conhecer a Deus como um Ser completo e puro, sem qualquer capacidade de exterminar uma nação ou punir pecadores, Deus que não pode causar doenças em pessoas inocentes ou mesmo em pessoas culpadas, Deus que não nos permitiria condições de guerra ou pobreza, nós nos libertamos, pois grande parte da causa do mal em nossas vidas é a crença de que de alguma forma Deus é a causa dele, o autor, o criador e o mantenedor dele.

Quando conhecemos a Deus corretamente, temos um Deus que podemos amar com todo o nosso coração e com toda a nossa alma, porque podemos olhar para este mundo com suas injustiças, pecados e desastres e sermos gratos por não haver Deus em qualquer um dos males que afligem a humanidade. Quando removemos Deus destes, removemos a substância dos mesmos, e eles começam a se destruir. Eles começam a se dissolver.

Deus nunca está em qualquer forma de força – “nem por força, nem por poder, mas pelo meu espírito.” Não há mal onde o Meu Espírito é, pois onde está o Meu Espírito, há liberdade. O mundo deve despertar. Deve despertar para a compreensão da verdadeira natureza de Deus, a fim de remover a causa do mal. Algumas pessoas acreditam que as guerras são justas e que Deus está de um lado ou de outro. Deus ao lado das pessoas matando! Deus ao lado de pessoas assassinando homens, mulheres e crianças inocentes! Deus não poderia estar em uma guerra. Deus não está no redemoinho; Deus não está na tempestade: Deus está na voz mansa e delicada.

Superando a idolatria

Quando nos deparamos com nossos medos, o que encontramos? Geralmente estamos temendo alguma pessoa, coisa ou condição, ou, por outro lado, muitas vezes podemos estar adorando alguma pessoa, coisa ou condição. Habacuque tinha uma palavra para isso:

“Que aproveita a imagem esculpida que o seu a artífice esculpiu; Ela é imagem de fundição, e ensina  mentiras, que nela confia o artífice de sua obra, para fazer ídolos mudos? Ai daquele que diz à madeira: desperta! E para a pedra muda: levanta-te! Pode isso ensinar? Eis que está coberta de ouro e prata, e não há fôlego de forma alguma no meio dela.

Mas o Senhor está no seu santo templo; guarde toda a terra silêncio diante dele.”

Habacuque 2:18-20

Muitas pessoas colocam suas esperanças e medos em pessoas ou coisas. Pode ser em ouro ou prata; pode ser em terrenos ou em títulos, ou ainda na previdência social; mas quando a esperança, a ambição e a confiança estão em algo externo, isso não é nada mais nada menos que idolatria. Tudo isso desaparece quando entendemos que a natureza de Deus é a natureza do ser individual; e, portanto, não há necessidade de desejar alguma pessoa, coisa ou circunstância em particular, pois incorporamos nosso bem. “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que tenho é teu.” Tudo que Eu tenho! Não nos preocupemos com o que os outros têm! “Tudo o que tenho é teu.”

Na percepção de que Deus é nosso próprio ser, como podemos temer, amar ou odiar ouro ou prata, germes ou venenos, balas ou bombas? Como podemos temer que Deus ou o ser de Deus possam ser destruídos? E o ser de Deus não é a essência e substância do nosso ser? Nós somos o copo, a forma, mas Deus é a essência e a substância até mesmo de nossos corpos. Não precisamos temer o que os mortais podem fazer conosco. Não precisamos temer o que as circunstâncias ou condições mortais podem fazer conosco. Deus é a essência do nosso ser, e n’Ele não há trevas. Portanto, naquilo de que somos formados, não há capacidade para atividade negativa de qualquer forma ou natureza. Mas, se não conhecemos a natureza de Deus, como podemos conhecer a natureza do nosso Ser perfeito? Se não creditarmos a Deus a pureza, como podemos ser puros? Não podemos ser mais puros do que nosso ferro, nossa Essência, nossa Substância.

Quando vemos o mal em qualquer forma – em nossa própria experiência, a experiência do mundo ou de nosso próximo – podemos sorrir dentro de nós ao perceber:

– Não há Deus nisso. Isso nunca teve sua origem em Deus: não tem substância de Deus, nem lei de Deus, nem vida de Deus, nem ser de Deus. É o “braço de carne”, o nada. Isso imediatamente tira do mal seu aguilhão. Deixamos que se dissolva por si mesmo e desapareça de vista, retirando dele aquilo que lhe dá vida, ou seja, a crença de que é de Deus, que emana de Deus e que Deus é responsável por ele. Mas se não há mal em Deus, não há mal algum, pois Deus é a fonte de toda a criação. Precisamos apenas olhar para qualquer situação e perceber: “Não há Deus nisso, nenhum poder para sustentá-lo, e nenhuma lei de Deus para mantê-lo. Não há poder senão Deus”. Então ele deve se dissolver e desaparecer.

Isso remove a idolatria. Impede-nos de amar, temer ou odiar o que tem forma, porque sabemos que a verdadeira essência de toda forma é Deus. Qualquer forma errônea que possa aparecer não tem existência exceto na crença em dois poderes, ou exceto na crença de que Deus a causou. Uma vez que removemos Deus como causa, fundamento e fonte do mal, começamos sua dissolução.

Como seres humanos, estamos vivendo uma vida separada e à parte de Deus, e enquanto fizermos isso, é certo que há algo bom e algum mal. Isso ocorre porque não temos um princípio claro pelo qual viver. Não compreendemos o significado da onipresença de Deus. Nós não entendemos que onde Deus está, eu estou, que o lugar onde estamos é terra santa, que a presença de Deus está dentro de nós, que existe um Deus “mais próximo do que a respiração, e mais próximo do que as mãos e os pés “, e que onde quer que vamos Deus vai conosco. Se subirmos ao céu, lá encontraremos Deus; se formos com nossa cama no inferno, lá também encontramos Deus; se “andarmos pelo vale da sombra da morte”, Deus está lá.

Mas qual é a natureza desta Presença que está conosco? A presença de Deus vai nos recompensar? Vai nos punir? Vai nos curar? Vai visitar a iniquidade sobre nós “até a terceira e quarta geração”, ou é este Deus que está conosco uma influência totalmente boa, uma influência perfeita, uma influência para a liberdade, alegria e para o bem infinito em nossa vida?

O primeiro passo no caminho espiritual é tomar consciência da presença de Deus, viver sempre como se Deus estivesse testemunhando conosco, como se Deus estivesse indo adiante de nós. Uma vez que isso seja alcançado, nosso próximo grande desdobramento deve ser a natureza de Deus, porque este é o passo que traz liberdade e libertação do que o Mestre chamou de “este mundo”. Conhecer Deus como aquele Ser puro em quem o mal não tem origem, fonte, fundamento, causa e poder é viver em liberdade, porque se Ele não é a causa do mal, não tem causa, pois somente Deus é lei, vida, substância, atividade e ser.

Isso torna possível superar a idolatria, pois quando temos um Deus de pureza, não há o que temer, não há pessoa ou coisa que possa ter qualidades de mal derivadas de Deus. Qualquer coisa derivada da consciência mortal não é de Deus e, portanto, não poder. Assim, quando contemplamos injustiças, desigualdades, pecados, perseguições e injúrias, nossa resposta deve ser: “E daí! Não tenha medo! Nada disso emana de Deus e, portanto, você, Pilatos, não poderia ter nenhum poder contra mim. O único poder que você tem é aquele que é derivado de Deus. O que não é derivado de Deus não é poder.”

Cristianismo ao redor do globo

Todo tipo de mal nos assuntos internacionais será dissolvido, mas será dissolvido porque agora existem pessoas na terra sabendo que esses males não existem em Deus; e, portanto, eles não têm existência. Eles não têm origem em Deus; portanto, eles não têm poder. Apenas dez homens justos em uma cidade podem poupar algumas centenas ou alguns milhares que podem enfrentar todas as situações da experiência humana na percepção: “Você não tem sua origem em Deus, então você não é poder. Você não tem fundamento em Deus; você não tem poder. Você não tem nenhuma lei de Deus para mantê-lo e sustentá-lo; você não tem poder”. 

Então descanse! Descanse em Sua palavra. Descanse nesta Palavra; permaneça nesta Palavra; habitar “no esconderijo do Altíssimo”, sempre olhando para essas formas ou formações sem ódio, amor ou medo, sabendo que, se não têm origem em Deus, não têm substância, lei, causa , nenhum efeito.

À medida que somos capazes de provar um grau de liberdade dessas crenças universais em nossa experiência individual, começamos a libertar nosso próximo – não porque ele nos pede para orar por ele, mas porque quando vemos seus pecados ou suas doenças, sabemos dentro nós mesmos: “Isto não tem origem em Deus, não tem fundamento em Deus; não tem lei de Deus. Não tenha medo.”

Tal resposta ao mal faz de cada pessoa uma influência no mundo porque, embora não possa estar fisicamente presente em todo o mundo, por sua influência estará transmitindo a verdade do todo-poder de Deus e o não-poder do mal, para que ele faça parte de um círculo da Cristandade ao redor do globo. O que é um círculo da Cristandade senão um círculo daqueles que percebem que o mal não tem origem em Deus e, portanto, não tem lei nem substância para sustentá-lo? Ao permanecer nessa verdade, eles a observam enquanto ele se dissolve e desaparece.

Esse é o círculo da Cristandade: aqueles que não aceitam o mal como real, porque não aceitam o mal como tendo fundamento em Deus.

Joel – A Realização da Unidade

“Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que os seus atos possam ser manifestos, pois eles são forjados em Deus.” João 3:21

Categorias:Estudantes do Caminho Infinito

Tags:caminho infinito, Joel Goldsmith