O segredo da vida é a identificação correta. A identificação correta muda sua vida no exato momento em que você tem uma percepção consciente de sua verdadeira identidade e começa a incorporá-la, no exato momento em que você reconhece e percebe:

Eu sou a Vida Eterna. Não preciso obter conhecimento da Vida Eterna em um livro: um livro não tornará minha vida eterna. Não preciso ir até o homem cuja respiração está em suas narinas para aprender algo que me dará mais vida, juventude ou vitalidade. Não, tudo o que qualquer livro ou qualquer homem pode fazer por mim é ensinar-me que já sou aquilo que procuro.
Aquilo que estou procurando, Eu sou; tudo o que Deus é, Eu sou porque “Eu e meu Pai somos Um”.

No momento em que percebemos: “Eu sou a vida eterna; Eu sou puro Espírito, pura consciência”, surge imediatamente a pergunta: “Mas e quanto a este corpo?”

Este é um mistério que até agora não foi explicado. Com exceção dos escritos de O Caminho Infinito, não há literatura no mundo que eu já tenha descoberto que discuta esse assunto completamente. É um dos mistérios profundos do mundo filosófico e espiritual.

Tentar chegar a uma compreensão satisfatória deste assunto através do intelecto é quase uma impossibilidade, devido ao fato de que o assunto do corpo lida com contradições, não apenas as encontradas na literatura filosófica e espiritual, mas
contradições nas Escrituras também. Ninguém que tenha tentado resolver essas contradições por meio da mente, isto é, por meio das faculdades de raciocínio ou do intelecto, jamais conseguiu chegar a qualquer tipo de conclusão satisfatória. A explicação desse enigma veio à tona em minha consciência durante uma aula fechada, e veio fluindo por pura inspiração. Eu não sabia nada sobre isso até aquele minuto em que derramou. Eu não estava consciente nem mesmo de ter conhecido todas as passagens das Escrituras que surgiram com ela. É esta revelação que gostaria de compartilhar com vocês nesta Carta. Se você puder entendê-la, esta será a lição mais importante que você terá aprendido na mensagem do Caminho Infinito.

Há estudantes de Metafísica que negam ter um corpo; mas se Eu sou, então devo estar incorporado – devo ter um corpo. Eu não posso existir como uma nuvem flutuando no ar, e mesmo se Eu fosse uma nuvem flutuando no ar, isso também teria forma e corpo.

Mas Eu tenho um corpo. Estou encarnado e meu corpo é o templo do Deus vivo. Esta é a Escritura: “Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo. . . .”
Pensemos por um momento sobre a concepção de uma criança. Como vida, a criança existia antes da concepção. Onde? Como?

Isso não nos é dado saber neste momento, exceto através da percepção mística; mas sabemos que em algum lugar, de alguma forma, a vida existia e, em determinado momento, tornou-se visível à nossa consciência. Ao olharmos para essa forma infantil, podemos dizer: “Ah, sim, essa forma não é a sua vida, porque posso me lembrar de quando essa forma não estava lá; então este não é você: este é a sua forma. Existe um “você” separado e à parte desta forma e há um “Você” que tem uma forma invisível à minha vista”. Tal reconhecimento é a identificação correta. A criança é a vida; a vida constitui a criança; e que a vida tem forma capaz de se propagar. Sabemos agora que aquilo que estamos vendo como corpo representa nossa visão ou nosso conceito desse corpo. O conceito da mãe pode ser totalmente diferente do nosso conceito – sabe-se que as mães dizem que seu filho recém-nascido era um lindo bebê; e, no entanto, para a maioria de nós, bebês recém-nascidos não são bonitos. A mãe não sabe disso porque está olhando para a criança com outros olhos; ela está vendo seu conceito de bebê, e nós estamos vendo o conceito universal de bebê.

Joel – Cartas do Caminho Infinito Março de 1957 – Entendendo O Corpo

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