Em um sentido material da vida, a palavra proteção traz à tona o pensamento de defesa, armadura, um esconderijo contra um inimigo, ou alguma sensação de afastamento do perigo. Nas ciências mentais, a proteção refere-se a algum pensamento ou ideia, ou ainda alguma forma de oração mantida na mente com frequência que salvaria alguém de uma agressão ou mágoa de uma fonte externa. No uso da palavra proteção, o pensamento é imediatamente atraído para o fato de que exista em algum lugar uma atividade destrutiva, prejudicial, ou uma presença, um poder, e que a proteção, por palavra ou pensamento, é um meio de encontrar segurança deste próprio perigo ou dos assuntos humanos de alguém.
No Caminho Infinito, aprendemos que Deus é Um: portanto, Deus é o Único Poder, e nós vivemos nesse Ser único conscientemente. No momento em que a ideia de Deus como Um começa a despontar na consciência, entendemos que em todo “este mundo” não há poder nem presença da qual precisamos de proteção. Você verá isso à medida que se debruçar sobre a palavra “Onipresença” e perceber que nesta presença do bem você está completamente só com uma Harmonia Divina – uma harmonia que penetra e permeia a consciência, e é em si mesma a totalidade e apenas do Bem.
Reflita sobre esta ideia e medite sobre ela, e observe como a revelação e a segurança vêm para você, dentro do seu próprio ser, que isso é verdade:

Só existe Um, e por causa da natureza deste Único, não há influência externa para um ou outro bem ou mal. Não há presença ou poder para o qual orar por qualquer bem que já não exista como Onipresença, exatamente onde você está.
Em seus períodos de comunhão, note a certeza que vem com a percepção de que somente Deus É, e que a Presença de Deus é infinita.
Não há outro poder. Não há outra Presença. Não há influência destrutiva ou prejudicial em qualquer pessoa, lugar ou coisa. Não há mal em nenhuma condição. Deus não pode ser Um e ainda assim encontrar uma existência separada e à parte daquela. Só Deus está presente – Pense nisso, só Deus É o Ser.
Como então você pode orar a Deus por meio de palavras ou pensamentos?
Como você pode se defender mentalmente ou fisicamente na realização de Deus como sendo O Único e sendo O Único Ser?
O Mestre nos disse: “Nada há fora do homem, que possa entrar nele e contaminá-lo; mas são as coisas que dele saem que contaminam o homem”. Nossos estudos e meditações revelaram que a discórdia ou a desarmonia manifesta-se em nossa experiência hoje em dia através da atividade de nosso próprio pensamento. Ou seja, aceitamos a crença universal de um poder, uma presença e uma atividade à parte de Deus. Aceitamos a crença de que alguém ou alguma coisa, fora do nosso próprio ser, pode ser uma presença ou poder para o mal em nossa experiência. E é exatamente a aceitação dessa crença bastante universal que causa muito de nossa discórdia e desarmonia.
Quando conscientemente nós trazemos de volta, dia após dia, à consciência real de Deus como Ser Infinito, Deus se manifestando e expressando a si mesmo como nosso ser individual, entendemos mais plenamente que todo poder flui de nós, através de nós. Como bênção, uma bênção para o mundo, mas que nenhum poder age sobre nós de fora de nosso próprio ser.
Como estudantes-praticantes do Caminho Infinito, deve ficar claro para nós que não há poder agindo sobre nós de fora do nosso ser, seja para o bem ou para o mal.
Assim como aprendemos que as estrelas, as criações de Deus nos céus, não podem agir sobre nós de acordo com a crença astrológica, aprendemos que condições do tempo, clima, infecção, contágio ou acidente também não podem agir, chegamos a alguma medida, pelo menos da compreensão da natureza de Deus e da natureza do ser individual. Somos constantemente lembrados de nos tornar mais e mais conscientes dos Princípios que revelam a Natureza de Deus, da Natureza da oração e da Natureza do Ser individual, a fim de que possamos nos entender como a fonte secundária de Deus, de quem é verdadeiramente dito, “Filho, tu és sempre comigo, e tudo o que Eu tenho é teu.”
Toda a existência humana é composta da crença em dois poderes – o bem, e o mal. Toda religião em seu início nada mais era do que uma tentativa de encontrar algo que nos libertasse das condições externas ou dos poderes do mal. Ainda hoje a maioria das religiões com um conceito de Deus como sendo algum tipo de grande poder que, se pudermos alcançá-lo, nos protegerá e nos salvará dessas influências destrutivas as quais, afirmam existem fora de nosso próprio ser.

Pense seriamente neste assunto de proteção ou trabalho de proteção, porque a cada dia nos deparamos com sugestões de perigos iminentes ou ameaçadores. Sempre alguma pessoa, algum lugar ou alguma coisa está sendo apresentada como um grande perigo ou poder destrutivo que devemos temer, ou do qual devemos buscar um Deus para nos salvar. É claro que, se houvesse tais perigos, e se houvesse tal Deus, o mundo teria descoberto muito antes disso alguma maneira de alcançar esse tal Deus.
O Todo-Unidade de Deus torna totalmente impossível que qualquer influência ou poder destrutivo ou maligno exista em qualquer lugar – no céu, na Terra ou no inferno – por isso:
- Não cometa o erro de pensar em Deus como um grande poder capaz de salvá-lo, de uma pessoa ou influência destrutiva se caso você puder alcançá-lo.
- Não cometa o erro comum de pensar que O Caminho Infinito é apenas outro método de encontrar Deus, ou outra maneira de orar para trazer a influência de Deus em sua experiência, a fim de superar a discórdia, o erro, o mal, o pecado e a doença. Não!
Em vez disso, entenda que esta Mensagem está trazendo a Consciência de Deus como Um. A Consciência de Deus como ser individual infinito. A Consciência de Deus como Todo-Presença e Todo-Poder.
A crença universal em dois poderes, bem e mal, continuará a operar em nossa experiência até que individualmente – lembremos disso: você e eu individualmente – rejeitemos a crença em dois poderes. No décimo capítulo de Lucas, você lerá que o Mestre enviou os setenta discípulos, “de dois em dois, em toda cidade e lugar, Ele viria”.
Quando os setenta retornaram, eles se alegraram, dizendo:
“Senhor, os demônios estão sujeitos a nós através do Teu nome.” Mas o Mestre respondeu:“. . . não se alegrem, que os espíritos estão sujeitos a você: mas sim regozijem-se, porque seus nomes estão escritos no céu. ”
Nesta época atual precisamos de muito pensamento protetor, mas a natureza desse pensamento deve ser a percepção de que Deus é Tudo-O-Que-É impossibilita de existir alguma fonte de maldade no mundo ou alguém capaz de operar individualmente na experiência. Nosso trabalho de proteção, ou nossas orações por proteção, deve consistir na percepção de que nada existe em lugar algum, a qualquer momento em nossa experiência do passado, presente ou futuro que seja de natureza destrutiva. Através de nossos estudos e meditações, eventualmente chegaremos àquele contato de Deus em nós, no qual receberemos a segurança Divina:
“Eis que estou sempre contigo.”
Isto não virá como uma proteção contra os poderes malignos ou forças destrutivas, mas como uma garantia contínua de uma Presença, um Poder, um Ser, uma Vida, uma Lei. É nessa consciência de Unicidade que encontramos nossa paz.
Seria uma coisa maravilhosa se os estudantes levassem esse assunto de proteção para a meditação diária pelo próximo mês ou dois, sem dizer nada a ninguém. Não discuta ou mencione isso, mas apenas mantenha um assunto secreto dentro de si até chegar a um lugar na consciência onde você realmente possa sentir que Deus é Um, e que o segredo da proteção não está em buscar a Deus para salvá-lo ou protegê-lo contra alguma invasão externa, mas sim que: segurança, proteção e paz são totalmente dependentes de sua lembrança e realização da Verdade de: Deus como Um – Infinito.
Você não vê que o mundo está buscando a paz (da mesma forma que procura segurança e proteção) fora de seu próprio ser?

Considerando que, nenhuma paz, nenhuma segurança e nenhuma proteção será achada exceto em nossa realização individual de:
Deus como Um – o único Ser, Presença e Poder.
Não podemos dizer ao mundo sobre paz, segurança ou proteção, mas podemos encontrá-lo por nós mesmos e assim deixar o mundo ver através de nossa experiência que encontramos um caminho mais elevado do que a crença supersticiosa em algum poder do bem que milagrosamente nos salvaria de algum poder do mal. Não podemos dizer ao mundo que não há perigo de fontes externas, influências ou poderes, mas a nossa compreensão dessa verdade pode tornar a harmonia, plenitude e perfeição de nossas vidas tão evidentes que os outros, um por um, irão procurar o que Nós encontramos.
O que nós encontramos?
Achamos um Deus a quem podemos orar e de quem podemos receber favores especiais que outros menos favorecidos não podem receber?
Achamos um Deus a quem podemos orar e receber cura ou suporte financeiro ou proteção?
Não!
Não!
Nós não encontramos tal coisa. Nós encontramos Deus como Um.
Nós encontramos Deus como nosso próprio ser.
Achamos que Deus é a Vida – não uma vida sujeita a pecado, doença ou morte, mas a única e A Única Vida;
Descobrimos que Deus é a Lei – não uma lei que possa ser usada para compensar as leis da hereditariedade, infecção, contágio ou doença, mas a Lei Infinita e Onipresente – mantendo e sustentando a harmonia e perfeição de Sua própria criação em todos os momentos.
Deus é Um e, além dele não há outro. Porque conhecemos a natureza de Deus como Uno, conhecemos a natureza da oração como a realização do Uno.
“Olhe para mim e seja salvo, todas as extremidades da Terra: porque Eu sou Deus e não há outro.” (Isaías 45:22).
Confiança Espiritual
A Harmonia Espiritual vem rapidamente, quando desistimos do desejo de procurar harmonia física ou externa. Este é o significado interno das palavras do Mestre: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. A Graça Divina vem na proporção em que nos afastamos de todo sentido de paz humana, prosperidade ou saúde, e buscamos a realização da “Minha Paz”, que inclui a saúde ou harmonia do Espírito.
Paulo nos diz: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna”. Entendemos que, no primeiro caso, estamos sendo advertidos contra uma fé, confiança ou dependência da criatura – isto é, aquilo que aparece como efeito. No entanto, “semear no Espírito “, colocando a fé, a confiança e a esperança no Infinito Invisível, é colher as coisas do Espírito e, desta forma, nós honramos o Criador, e não a criatura. Isso foi o que o profeta Isaías quis dizer quando advertiu os hebreus contra sua fé nas coisas humanas: “inclinam-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que fabricaram os seus dedos”, um profundo Princípio é revelado neste aviso.
Neste ponto do nosso desenvolvimento, é necessário perceber que deixamos para trás a Lei Mosaica, e que nós estamos sob a Graça da Verdade. Certamente agora sabemos que os bons humanos não são recompensados por Deus, nem os humanos maus são punidos por Deus. O que quer que haja de recompensa ou punição vem pela experiência humana, vem através da nossa própria crença em tais coisas. Muitas vezes os alunos reclamam amargamente sobre os problemas de sua experiência durante sua busca por Deus, não percebendo quão afortunados eles são por estarem em meio e esses problemas enquanto buscam a revelação e realização de Deus, porque, até que alguém tenha sido despojado de toda ajuda humana ou material, não se pode conhecer a experiência de uma confiança completa no Infinito Invisível.
Nascemos em um mundo onde primeiro aprendemos a confiar nos pais, depois nos professores, maridos ou esposas, e muitas vezes acabamos dependendo de nossos filhos. Entre uma coisa e outra, tornamo-nos dependentes de medicamentos e dólares, e em geral, a pessoa não aprende que há um Invisível Infinito que é muito mais capaz de suprir todas as suas necessidades, muito mais confiável do que qualquer um ou qualquer coisa do reino visível. Para o humano contente de passar a vida desta maneira, é naturalmente prazeroso encontrar à mão aquelas pessoas e coisas em que ele pode confiar, mas sorte dele se não chegar ao fim de sua corda e descobrir que os seres humanos e os recursos materiais falharam com ele.
No entanto, aqueles que se colocaram na busca de Deus encontrarão a viagem encurtada no que se refere à experiência de fracasso por parte de amigos e parentes e coisas, porque então vem a confiança completa naquilo que até agora nunca tinha sido experimentado – o Infinito Invisível. E que tesouros espirituais podemos trazer através da realização de: “Minha Graça te é suficiente” e “nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus”!
Um Ponto Importante na Prática Espiritual
A Prática Espiritual que abrange todas as fases do trabalho de cura é muito mais do que declarar ou saber alguma verdade depois de uma discórdia ter sido trazida à sua atenção. A Prática Espiritual é uma percepção constante e consciente de Deus como Onipresença – de Deus como a Vida, Lei, Substância, continuidade, atividade, a própria Alma e Inteligência de todo Ser.
Suponha que, neste exato momento, você receba um telefonema pedindo ajuda e você resolva dar um tratamento, orar ou entrar em meditação ou comunhão. E se, consciente ou inconscientemente,
Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso você aceitou a discórdia e espera que a harmonia seja restaurada através do seu tratamento ou oração, seu sucesso será muito limitado, e seus fracassos serão mais numerosos do que seus sucessos. “Quando uma chamada vem anunciando alguma forma de discórdia, é necessário lembrar conscientemente que isso não é uma discórdia ou desajuste que deve ser corrigido através do seu esforço ou mesmo através de Deus, mas sim que esse é um chamado específico para saber que, como Deus era no princípio, então Deus é agora, e Deus sempre será!
A menos que você esteja vivendo a Vida Espiritual de maneira a mantê-lo na percepção de que o passado e o futuro são um – aqui e agora, no presente – você encontra-se em perigo de receber uma ligação dizendo: “meu amigo acaba de ser morto: por favor me ajude”. Você estará em uma posição muito embaraçosa, porque você será chamado ou a levantar os mortos ou aceitar a morte como um acontecimento real e meramente dar um tratamento ou meditação para o conforto do desamparado. Esta situação nunca deve vir para você: você nunca deve estar em tal estado de consciência onde qualquer um pode anunciar que alguém foi morto ou faleceu e, a partir daí, esperar fazer algo espiritual sobre isso.
Ao viver a verdadeira Vida Espiritual, você não está esperando por chamados de discórdia ou desarmonia. Você está vivendo em tal Estado de Consciência que só Deus é a Realidade, e toda a sua experiência é a de habitar na realização de Deus governando, mantendo e sustentando o seu próprio universo – desde o início dos tempos até ao final do mundo.
“Antes que Abraão existisse, Eu sou… Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Isso traz o passado e o futuro para o presente: se eu estou com você desde antes Abraão, nada poderia ter ocorrido antes desse chamado, exceto o que era uma parte da demonstração do que sou – o Amor, a Presença e o Poder de Deus todo-inclusivos. Se Eu estou com você até o fim do mundo, nada pode acontecer hoje, amanhã ou na próxima semana que já não seja uma parte da orientação, direção e proteção plenas do Princípio Divino deste universo.
Na prática metafísica comum, você aceita consciente ou inconscientemente o fato de que existem pessoas no mundo que sofrem de discórdia e desarmonia, e que, a qualquer momento, alguém pode telefonar ou vir pessoalmente pedindo ajuda; e se você não for muito, muito cuidadoso, você será tentado a cuidar disso. A menos que você já esteja vivendo na Consciência de Deus como onipresentes Lei e Ser, onipresente Bem, onipresentes direção, orientação, inteligência, sabedoria, substância e realidade, você automaticamente tentará promover ajustes, curas, harmonias e ressurreições através de meios espirituais, tudo baseado no fato de que um pecado, doença, acidente ou realmente já ocorreram.
Mas o Caminho Infinito não é uma prática que começa com um pedido de ajuda. O Caminho Infinito é um modo de vida em que, em todos os momentos, vivemos e nos movemos e temos nosso Ser na realização de Deus como Onipresença, e nessa Consciência, sempre que uma aparência ou um chamado da discórdia nos alcança, somos capazes de sorrir, no verdadeiro conhecimento de que a discórdia ou desarmonia jamais aconteceu; portanto, não está precisando de ajuste.
Aqui está um dos pontos mais importantes a serem alcançado no Caminho Espiritual. Uma vez, me ensinaram que os praticantes deveriam consciente e especificamente afirmar essa verdade todos os dias: que todos os que precisassem de mim me encontrariam. Levou apenas vinte e quatro horas para perceber que isso era uma negação do Cristo. Como eu poderia dizer: “aqueles que precisam de mim me encontrarão”, e no momento seguinte, quando eles viessem a mim, eu diria: “Deus governa você;
Deus é a sua vida; você é perfeito agora”? Você não vê que cabe a nós sabermos, antes que alguém venha a nós, que a perfeição é o verdadeiro estado do Ser deles, e que a perfeição é o verdadeiro estado de seu Ser, aqui e agora? Você realmente acredita que nós temos alguma coisa a ver com estabelecer ou trazer harmonia? Não! Não! Nosso lugar no Caminho Espiritual não é sermos reparadores de danos, nem ressuscitadores da vida, nem médicos, nem influências protetoras – essa função é de Deus! E não só agora, mas desde o começo, tem sido a função de Deus ser o Princípio Criativo deste universo, e ser o Princípio de manutenção e sustentação de todos os tempos.
Se você entende a Natureza de Deus, você entenderá que Deus é o Princípio Criador de toda existência; Deus é a Lei para toda a Criação; Deus é a Substância, a Realidade e Continuidade de toda a criação. Portanto, toda a Criação está em Deus e vem de Deus, sujeita ao governo de Deus e ao cuidado de Deus. É sua função conhecer essa Verdade. Você deve conhecer esta Verdade, e esta Verdade vai fazer você livre – livre de aceitar as aparências e, em consequência, livre de tentar fazer algo sobre elas.
Você vê em que a Mensagem do Caminho Infinito e sua prática difere da maior parte dos ensinamentos metafísicos? Viver o Caminho Infinito significa viver em constante e consciente realização de Deus como Ser Infinito, Onipresente e Eterno. Isto significa viver sempre na Consciência de que, antes de Abraão, Eu Sou o Divino Princípio, a influência protetora, mantenedora e sustentadora deste universo. Isso também significa viver na constante e consciente percepção da verdade de que “Eu estou com você até o fim do mundo”, e assim como nada poderia acontecer com você ontem, então nada pode acontecer com você hoje ou amanhã, exceto como parte da Graça de Deus.
Nós poderíamos viver vidas de milagres constantes se nós apenas ficássemos na consciência desta Verdade: “Minha Graça te é suficiente.” Tua Graça é minha suficiência” para todas as necessidades, mas não a Tua Graça que vem amanhã. Tua Graça, desde antes que Abraão fosse, é minha suficiência; Tua Graça é minha suficiência até o fim do mundo. Tua Graça do passado, presente e futuro é, neste mesmo instante, minha suficiência em todas as coisas. Todos os dias há tentações para acreditar que nós, nossas famílias ou estudantes estão na necessidade de algo na natureza da forma (pode ser comida, habitação, oportunidade, educação, emprego, descanso), mas a todas essas coisas, podemos responder: “nem só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus ”, porque Tua Graça é a suficiência humana em todos os casos.
A partir dessas duas passagens bíblicas, você pode construir tal Consciência da Onipresença do Invisível Infinito que você aprenderá a amar, desfrutar e apreciar tudo no mundo da forma e tudo o que existe como efeito para sempre. Nunca tenha a sensação de que você precisa de alguma coisa. Já que a Graça de Deus é sua suficiência, você não vive apenas pelo efeito, mas por toda a Palavra da Verdade que tem sido incorporada em sua Consciência, e por cada passagem da Verdade que você faz sua própria.
Afirmar verdades e negar erros não fará sua demonstração. Você deve aprenda a viver de acordo com cada Palavra da Verdade e tornar cada Palavra da Verdade uma parte da sua Consciência, para que se torne carne da sua carne, osso do seu osso, até que o passado, presente e futuro estejam todos ligados na percepção consciente da Graça de Deus como sua suficiência. Em outras palavras,
sua Consciência da Verdade é a fonte, substância, atividade e lei de sua demonstração diária do Bem.
Para aqueles que estão aceitando a Mensagem do Caminho Infinito como um modo de vida, eu gostaria de resumir isso, pedindo que você volte e traga o seu passado para o seu presente, e passe algum tempo, durante este próximo mês, conscientemente percebendo que a Graça de Deus era sua suficiência no que você chama de seu passado; e isso desde antes de Abraão ser: o governo de Deus deste universo tem sido tão perfeito que nada de natureza discordante ou desarmônica pode acontecer com você ou com qualquer outra pessoa, hoje ou amanhã. E então, se você ouvir falar de um pecado, uma doença, um acidente ou uma morte, perceba imediatamente que isso não poderia ter acontecido, já que desde o princípio dos tempos Deus tem sido a Única Lei e Realidade em seu universo.
Então você saberá o verdadeiro significado da Cura Espiritual. Você saberá o que é a Consciência de Cristo; você vai saber o que significa viver, mover-se e ter o seu Ser na Consciência de Deus, nunca aceitando as aparências, tentações, discórdias, pecados, doenças ou acidentes como algo diferente das tentações de acreditar no tempo e no espaço. Se você for capaz de ver que o passado deve tornar-se o presente para que você seja capaz de abranger tudo com o termo “Eu Sou”, “Eu estou contigo”, “Eu estou contigo” no passado e no presente, “Eu estou contigo” desde antes de Abraão ser, Eu sou a Lei para você, Eu tenho sido a Lei para você, então você será capaz de dar o próximo passo e trazer o futuro para o presente, de modo que “até o fim do mundo” seja abarcado em sua Consciência, a Consciência da Onipresença do Eu Sou. Desta forma, todo o seu universo será abraçado no tempo e no espaço, desde antes de Abraão até o fim do mundo – tudo isso que trouxe você para o aqui e agora, para esse “Eu estou contigo”.
O tempo de Deus é Agora, unicamente agora. O tempo de Deus existe desde antes que Abraão fosse, e continuará existindo até o fim do mundo. Porque “Eu estou contigo, desde antes de Abraão ser, até o fim dos tempos”, Eu Sou o Presente Imediato – Agora.
A Graça de Deus agora é sua suficiência, e a suficiência para sua família, amigos e estudantes – e para todos os que podem aceitar a Graça de Deus.
Punição
Às vezes, segredos tão profundos nos são revelados que somos abalados da cabeça aos pés, e quando isso acontece, aprendemos algo não apenas novo, mas algo que deve causar uma mudança drástica em nossas vidas. Tal é a experiência, quando nós percebemos a natureza da punição e as razões da punição em nossa experiência.
Entender que Deus não recompensa nem pune é um passo importante no seu desenvolvimento espiritual. Se você ficou impressionado com esta afirmação, você ponderou e meditou sobre ela, e, em algum lugar ao longo desta linha de reflexão interna, você chegou à conclusão de que todas as teorias religiosas que foram ensinadas sobre o assunto da punição tem sido errôneas, e isso por si só já deveria ter feito uma mudança surpreendente em sua vida. Se você tiver a coragem de continuar sua cogitação interior ao longo desta linha, você será levado, em última análise, à verdade sobre a punição e a razão para a punição, e isso lhe dará a oportunidade de remodelar sua vida.
Deus é Ser Individual, o que significa que Deus é o único Eu, e não existe caminho para qualquer dano ou mal entrar para contaminar a Pureza Infinita da Alma de Deus, nem qualquer coisa que o mal possa atacar ou se ligar. Deus é o seu Eu, portanto Deus é o Ser em mim, e se eu fosse de alguma forma machucá-lo ou ofendê-lo, a quem seria dirigida minha ofensa, senão a mim mesmo? Isso esclarece as palavras do Mestre: “na medida em que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Entendendo isto, você começa a ver que todo bem feito por você, a qualquer momento de toda vida, foi o bem feito para você e dentro de você; e você também começa a ver que todo mal ou pensamento do mal que você já dirigiu para outro, e toda a negação da verdade, foi direcionada para o seu próprio eu e, portanto, a punição é infligida a você e por você, porque o seu ato ou pensamento errôneo, supostamente dirigido ao outro, foi realmente direcionado para si mesmo.
Quando o Mestre repetiu a antiga sabedoria: “tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei- lho também vós, porque esta é a lei e os profetas”, ele estava nos dando um Princípio: se não fazemos aos outros como queremos que os outros nos façam, não prejudicamos aos outros, mas a nós mesmos. Neste presente estado da consciência humana, é verdade que os maus pensamentos, atos desonestos e palavras impensadas que nós mandamos para os outros podem fazer mal a eles temporariamente, mas, no final, sempre descobriremos que o mal não era tanto para eles, mas para nós mesmos.
Nos dias que virão, quando os homens reconhecerem a grande Verdade de que Deus é o Eu de cada indivíduo, o mal voltado para nós a partir de outro nunca nos tocará, mas será imediatamente rebatido para aquele que o envia. Na medida em que reconhecemos Deus como nosso Ser Individual, também percebemos que nenhuma arma levantada contra nós pode prosperar, já que o único “Eu” é Deus, e não temeremos o que o homem pode fazer contra nós, uma vez que o Ser que nós somos é Deus, e Ele não pode ser prejudicado. Nossa percepção disso enviará rapidamente o mal de volta, e muito mais rapidamente do que tem sido o caso.
Uma vez que a primeira percepção desta Verdade nos chega, entendemos que não há mais nada que se refira a nós mesmos em relação ao que nosso vizinho faz a nós, e mais brilhará em nossa Consciência a percepção de que devemos nos observar – manhã, tarde e noite – devemos vigiar nossos pensamentos, nossas palavras, nossas ações, e certificar-nos de que nós mesmos não enviamos nada de natureza negativa que teria obrigatoriamente seu resultado dentro do nosso próprio Ser.
Nunca, nem por um momento, acredite que isso resultará em você ser bom para evitar punição. Essa revelação vai muito além disso: permite que você veja que Deus é o seu Eu, e qualquer coisa de natureza errônea ou negativa que emana de qualquer indivíduo só tem poder no grau em que você mesmo lhe dá poder. Sua meditação resultará na revelação da natureza do seu verdadeiro Ser – de Deus como a natureza da sua Vida e Alma, e nessa percepção, você verá que esta é a Verdade de todos os homens, e que a única maneira de viver bem-sucedido é entender seu próximo como sendo você mesmo.
E assim é que, seja qual for o bem ou o mal que você faz aos outros, você faz ao Cristo do seu próprio Ser – “na medida em que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:40).
Por Quê?
Quando a ajuda é solicitada em certas condições físicas ou mentais, a questão freqüente é: por que a chamada cura espiritual é geralmente uma cura parcial? Além disso, porque é que uma pessoa prestes a se submeter a uma cirurgia pede ajuda e recebe uma cura milagrosa, embora não uma que exclua a necessidade da cirurgia? Por que é que o paciente submetido a cirurgia é mantido totalmente livre de infecção ou faz uma recuperação mais rápida do que normalmente seria o caso, mas, contudo, se Deus tem alguma coisa a ver com a maior parte da cura, por que Deus não tornou a cirurgia desnecessária?
Primeiro de tudo, você deve entender que não há graus de verdade. A Verdade é absoluta. Deus é absoluto. Deus é Verdade absoluta; Deus é o Ser absoluto; Deus é Infinito, Eterno, Imortal e Perfeição Onipresente. Deus é Tudo. Portanto, a totalidade do Infinito e a perfeição de Deus sendo estabelecidas, qualquer medida menor que isso que seja experimentada pelo paciente representa o estado condicionado de consciência que torna impossível realizar ou perceber a plenitude da atividade de Deus. Aqui você tem dois fatores: a Consciência do praticante e a Consciência do paciente. Vamos supor que a Consciência do praticante é muito mais elevada e profunda do que a do paciente: assim, o paciente chega ao praticante com um estado condicionado de consciência em que não é possível para ele abrir a sua consciência completamente à plenitude da atividade de Deus. Pode ser que haja tanto apego ao corpo e ao senso de saúde pessoal que o paciente não deixa acontecer por completo, e assim receber o benefício total da plenitude infinita e da perfeição da atividade de Deus como Consciência Individual. Apesar de o praticante poder ser um instrumento para uma cura completa e perfeita, a consciência condicionada do paciente nem sempre permite que isso aconteça.
Por outro lado, o praticante pode não estar à altura da experiência do milagre da cura completa. Para estar no mais alto estado de Consciência, o praticante precisa alcançar essa elevação da Consciência Espiritual em que nenhum esforço é feito para entrar em contato com Deus, com o propósito de curar. Ele permanece na Consciência de Deus como indivíduo, portanto, na percepção de que o indivíduo já pertence ao ponto de vista da Imortalidade e Eternidade, esse estado do Ser ao qual nada pode ser adicionado.
O praticante que tenta usar a Verdade contra o erro, que está contatando Deus para o propósito de estabelecer a harmonia ou que ainda está na terceira dimensão da vida, no qual o corpo é algo separado e à parte da Consciência Espiritual, cometerá o erro de estar preocupado com a saúde contra a doença, ou se permitirá estar preocupado com o que parece ser algo menos que a perfeição na cena visível.
Para a cura perfeita, o praticante deve permanecer na Consciência de Deus como o Todo Infinito, o que significa permanecer na Quarta Dimensão da Vida, em que nenhum reconhecimento é dado aos pares de opostos – bom e mau, rico e pobre, moral e imoral, mortal e imortal. Nesta Consciência Quadridimensional, ou Consciência de Cristo, o praticante nunca está ciente de alguém ou de algo a ser curado ou corrigido, mas está sempre consciente da Onipresença do Ser de Deus.
Quando o praticante é capaz de permanecer na Consciência de Cristo, sempre “naquela mente que também estava em Cristo Jesus”, então a plenitude do Ser de Deus flui livremente; independente de
se tratar de uma doença aguda ou crônica, ou se a doença está no ponto de cirurgia, o praticante pode trazer para a realização consciente a demonstração da cura completa ou o desdobramento da Harmonia Divina. Mas quando a consciência do praticante é de todo condicionada, então a cura só pode vir em proporção ao grau de condicionamento da consciência do praticante. A fim de completar a experiência de cura instantânea ou completa, o paciente também deve chegar a esse trabalho sem o pensamento condicionado de acreditar que o Poder de Deus pode trazer alguém à doença, mesmo que não seja capaz de realizar todo o Desdobramento de Harmonia sem o auxílio da cirurgia. Pelo menos, o paciente deve ser capaz de relaxar sem pensamento ou opinião preconcebida sobre o que acontecerá, e deixar que a Consciência Divina do praticante se estabeleça.
Você pode ver prontamente que a responsabilidade principal cabe ao praticante. Quando o praticante se eleva verdadeiramente acima dos pares de opostos a esse estado de Consciência em que todo o sentido de saúde e de doença está ausente, e quando qualquer fase da cena humana não traz uma reação que tenha por trás o desejo de curar, corrigir, salvar, renovar ou regenerar, então, nesse estado de Consciência Espiritualmente Iluminada, o praticante chegará a resultados melhores.
Quando você se aproxima desse estado de não reação ao mundo das aparências, em que você não reage alegremente às boas aparências e certamente não reage com medo ou com dúvidas quanto às aparências do mal, você faz trabalhos de cura muito maiores e é capaz de dar uma maior confiança na grande Verdade que Deus “é” àqueles que vêm a você, o que significa que a harmonia é, a perfeição é, a realidade é – e, apesar de todas as aparências contrárias, só o bem “é”.
Joel – Trabalho de Proteção – Cartas do Caminho Infinito – 1955 – ESSENCIAL
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